quarta-feira, 26 de fevereiro de 2014

Homem cura por meio de reza e plantas medicinais em reserva no ACRE

 

Famílias isoladas em Sena Madureira recorrem a 'médico da floresta'.
"Se não tiver fé, nada funciona", diz rezador da Cazumbá-Iracema.

Rayssa NataniDo G1 AC

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Curandeiro Acre (Foto: Rayssa Natani/ G1)Óleo da Copaíba é remédio mais utilizado e receitado por 'curandeiro' (Foto: Rayssa Natani/ G1)

Para a comunidade residente da Reserva Extrativista do Cazumbá-Iracema, no município de Sena Madureira (AC), distante 136 km de Rio Branco, o idoso Leonardo Vieira, de 70 anos, é como um médico, e a floresta uma farmácia natural. ‘Curandeiro’ ou ‘rezador’, como é chamado, seu Léo diz ser capaz de curar de dores físicas a ‘doenças da alma’ com o auxílio de reza e plantas medicinais.
No quintal de casa, ele faz suas consultas e cultiva algumas das plantas utilizadas como remédio. Folha de pinhão roxo nas mãos, pés sempre descalços e a oração na ponta da língua, ele inicia um ritual de cura. Depois de uma conversa prévia com o enfermo, ele se prepara para atuar. Tira o boné, utilizado com frequência pelo homem, as sandálias e arranca do pé uma folha de pinhão.

Apesar de demonstrar certa resistência para revelar os segredos de seu ofício, ele diz que cada coisa possui um significado especial. “O pinhão-roxo, com três pontas, que eu uso para fazer a reza em quem precisa, representa a santíssima trindade. Os pés devem estar em contato direto com a terra, de onde recebo força. Minha cabeça também deve estar livre”, diz.

O mistério em torno do processo faz parte da tradição. Vieira explica que de acordo com sua crença, a ‘força da cura’ é muito poderosa e deve ser resguardada. “Se eu for ensinar para alguém, eu perco a minha força. A força da cura só pode ser transmitida de rezador para rezador. E aquele que transmite seus ensinamentos para outro, automaticamente perde seu poder”, diz.

Foi assim há 40 anos, quando o idoso recebeu os conhecimentos de uma mulher, também moradora do lugar. “A força só pode ser passada de uma mulher para um homem, ou de um homem para uma mulher”, revela mais um segredo. “Durante um ano, ela me repassou os conhecimentos sobre as plantas, e rezas que eu tinha que fazer todos os dias, sem perder uma noite, até me tornar um rezador”, relembra.

Curandeiro Acre (Foto: Rayssa Natani/ G1)Leonardo reza em criança com folhas de pinhão roxo (Foto: Rayssa Natani/ G1)

Dom de Deus
Para Vieira, ser curandeiro não foi uma escolha,  mas um dom entregue por Deus. "Eu sempre gostei de ajudar o próximo. Desde o pequeno, ao grande. Isso contribui para o meu oficio. Mas acredito que recebi um dom e apenas o venho desenvolvendo ao longo da vida. Fico feliz em ser útil para as pessoas que precisam", diz.

E o dom de seu Léo favorece a todos na comunidade, que é isolada. O único posto de saúde existente no Núcleo do Cazumbá, onde moram 40 famílias, entre elas a do idoso, não funciona. Para chegar até a área urbana de Sena Madureira em busca de atendimento médico, é preciso enfrentar duas horas de viagem de voadeira [barco a motor muito veloz] pelo rio Caeté.
Elisângela Silva é uma das moradoras do núcleo. Vizinha e nora do rezador, ela diz ter um enorme sentimento de gratidão pelo homem que já curou seus dois filhos pequenos. "Os meninos estavam cheios de caroços pelo corpo e todos pensavam ser catapora. Levei no seu Léo, ele disse que era um chamado 'mal de reza'. Ele os curou, e graças a Deus não foi preciso ir até a cidade", conta.

Curandeiro Acre (Foto: Rayssa Natani/ G1)Defumação com folhas brancas leva a doença para longe, diz Rezador  (Foto: Rayssa Natani/ G1)

Remédios
"Para cada dor, há um remédio", diz Leonardo. Na mata, o óleo da Copaíba é o mais utilizado e receitado pelo curandeiro. Os próprios moradores da reserva, em sua maioria extrativistas, furam o caule da árvore até o centro e coletam o líquido produzido como mecanismo de defesa do vegetal, contra pragas naturais, como cupim. Um cano de PVC é implantado para que na próxima coleta não seja necessário um novo furo.

Léo explica que o óleo tem ação antiinflamatória e é utilizado externamente e também internamente, porém em quantidade pequena. "O óleo da copaíba serve para quase tudo. Para infecções, dores e inflamações. Mas ele é muito forte e deve ser utilizado com cuidado", alerta.

Para as 'doenças do espírito', a principal receita é defumação com folhas brancas. "A fumaça leva a doença para longe", explica o homem. Ele destaca que tudo quanto há na natureza, pode ter uma utilidade, mas para quem deseja a saúde, só há um remédio mais eficaz. "Das plantas que nós temos por aqui, as que não servem para uma coisa, servem para outra. Mas a fé é o mais importante de tudo isso. Se não tiver fé, nada funciona", conclui.

Curandeiro Acre (Foto: Rayssa Natani/ G1)Idoso diz conseguir espantar dores do corpo e da alma (Foto: Rayssa Natani/ G1)

Fonte; http://g1.globo.com/ac/acre/noticia/2014/02/homem-cura-por-meio-de-reza-e-plantas-medicinais-em-reserva-no-ac.html

sexta-feira, 21 de fevereiro de 2014

No site da Incaper -- Adolescentes da Unip participam de projeto com plantas medicinais

 

19/02/2014 - 17h10min


A Unidade de Internação Provisória (Unip I) inaugurou nesta quarta-feira (19) a Farmácia Viva, espaço que funcionará dentro do Complexo de Cariacica para o atendimento inicial aos adolescentes internados, com medicamentos fitoterápicos feitos a partir de plantas medicinais. O Instituto Capixaba de Pesquisa, Assistência Técnica e Extensão Rural (Incaper) é parceiro no projeto na medida em que oferece mudas para o plantio na horta cultivada pelos internos.

Augusto Barraque

Horta na Unip I: adolescentes semeando um novo futuro


O projeto começou a ser desenvolvido em 2011, quando a gerência da Unidade começou a cultivar plantas medicinais para o atendimento de intercorrências de saúde mais leves dos socioeducandos. A maioria dos adolescentes já trocou o uso de medicamentos alopáticos por fitoterápicos. Além de trazer benefícios à saúde, o cultivo da horta funciona como uma terapia, pois os adolescentes ficam mais tranquilos e calmos”, afirmou a agente socioeducativa do  Instituto de Atendimento Sócio Educativo do Espírito Santo (Iases), Carla Renato Barcelos.
Os adolescentes trabalham na horta de plantas medicinais de uma a duas vezes ao dia. Após a colheita das plantas, o material é enviado para diversas Pastorais da Saúde no município de Cariacica, onde é processado. “Fazemos muitos xaropes e calmantes naturais e retornamos para a farmácia da Unip”, afirmou a agente de pastoral da Paróquia de Bom Jesus, Rosa Réboli. Os remédios normalmente são para tosse, gripe, garganta inflamada e dor de cabeça.
Desde o início do projeto, em 2011, a Unip I conta com a participação do Incaper, que tem cedido mudas para serem cultivadas na horta anexa à Unidade. “O Incaper doou mais de 50 tipos de plantas medicinais para a Unip I, entre elas, saião, hortelã, laranjeira, camomila e guaco. É uma maneira de ampliar e popularizar o acesso a produtos naturais, que trazem muitos benefícios à saúde”, explicou o chefe da Fazenda do Incaper “Engenheiro Reginaldo Conde”, Afonso Valentim.
O projeto de cultivo de horta com plantas medicinais beneficia, aproximadamente, 100 pessoas, entre adolescentes socioeducandos e servidores da Unip I. A perspectiva é de que o processamento das plantas medicinais para produção dos medicamentos fitoterápicos seja feito na própria unidade. O Incaper, por meio das oficinas de chás e xaropes, irá orientar agentes socioeducativos do Iases sobre as formas corretas de plantio, cultivo e colheita das plantas medicinais.
Informações à imprensa:
Assessoria de Comunicação – Incaper
Juliana Esteves - juliana.esteves@incaper.es.gov.br
Luciana Silvestre -luciana.silvestre@incaper.es.gov.br
Carla Einsfeld – assessoria.imprensa@incaper.es.gov.br
Texto: Luciana Silvestre
Tel.: 3636-9868
Twitter: @incaper
Facebook: Incaper

quinta-feira, 20 de fevereiro de 2014

Unip I inaugura Farmácia de produtos fitoterápicos

 

19/02/2014 - 12:05

Adolescentes, equipes técnicas e a gerência da Unidade de Internação Provisória (Unip I) inauguraram nesta quarta-feira (19) o novo espaço que abrigará a “Farmácia Viva” – projeto voltado ao cultivo de plantas medicinais para benefício da própria comunidade do Complexo de Cariacica.
Com presença expressiva de agentes socioeducativos e equipes técnicas de atendimento aos internos, o evento foi acompanhado também pelo diretor-presidente do Iases, Leandro Piquet, pelo deputado estadual José Esmeraldo, pelo diretor técnico Fábio Modesto, representantes das Pastorais da Saúde de Vitória e Cariacica, e lideranças comunitárias da região de Cariacica Sede.

Asscom/Iases
Início da inauguração

Início da inauguração

Adolescentes, equipes técnicas e a gerência da Unidade de Internação Provisória (Unip I) inauguraram nesta quarta-feira (19) o novo espaço que abrigará a “Farmácia Viva” – projeto voltado ao cultivo de plantas medicinais para benefício da própria comunidade do Complexo de Cariacica.
Com presença expressiva de agentes socioeducativos e equipes técnicas de atendimento aos internos, o evento foi acompanhado também pelo diretor-presidente do Iases, Leandro Piquet, pelo deputado estadual José Esmeraldo, pelo diretor técnico Fábio Modesto, representantes das Pastorais da Saúde de Vitória e Cariacica, e lideranças comunitárias da região de Cariacica Sede.
O projeto começou a ser desenvolvido ainda em 2011, quando a gerência da Unidade passou a cultivar plantas com efeitos medicinais em uma horta anexa aos espaços pedagógicos, para o atendimento de intercorrências de saúde mais leves dos socioeducandos, como tosse, gripe, e dor de cabeça.
No terreno passaram a ser cultivadas mudas de girassol, sálvia, saião, tansagem, guaco, terramicina, hortelã, vick, losna, xambá, melissa, cáscara sagrada, mil folhas, mão de Deus, poejo, camomila, dentre outras. Todas as mudas foram doadas por trabalhadores rurais e por meio da parceria do Iases com o Instituto Capixaba de Pesquisa, Assistência Técnica e Extensão Rural (Incaper), órgão do Governo do Espírito Santo incentivador da implantação da horta na Unip I.

A

O diretor-presidente do Instituto de Atendimento Socioeducativo do Espírito Santo (Iases) enalteceu o avanço do projeto e quer vê-lo evoluir com a presença dos adolescentes. “Parabenizo a iniciativa que a equipe teve primeiro dando utilidade a um espaço que se transformou na horta, depois buscando a parceria das pastorais e do Incaper e agora, inaugurando a Farmácia Viva. Espero ver a participação ainda maior dos socioeducandos, pois todo projeto desenvolvido internamente, deve tê-los como protagonistas. Aqui eles aprenderão a ter contato com plantas, ter noções de plantio, cuidados na manutenção da área, e colheita. O que aprenderem será convertido em benefício deles mesmos e, quem sabe, acabem levando essa ideia para a comunidade em que vivem”.
Com a inauguração da Farmácia, a horta passa a se tornar estratégica como atividade terapêutica e pedagógica para servidores e principalmente adolescentes. Alguns, como o socioeducando “I”, de 16 anos, ajuda a manter o local limpo. “Venho pra horta em média duas vezes por semana. Aqui planto as coisas, penso na família, vou conhecendo os produtos da terra. Depois que comecei a mexer com planta fiquei mais tranquilo, sossegado”.
Ampliado o projeto, o gerente da Unidade, Robson Côgo, espera fortalecer a parceria com o Incaper. “Pretendemos fortalecer nosso vínculo. Somente o Incaper já nos doou mais de 50 tipos de plantas. Estamos estabelecendo um novo vínculo com o Instituto, que agora irá nos orientar quanto às formas corretas de plantio, cultivo e colheita”, destacou.
Para chegar à horta medicinal, o primeiro passou consistiu em recuperar uma pracinha descuidada dentro do próprio ambiente socioeducativo. O trabalho foi realizado com a supervisão do agente Leomar Stein, do gerente da Unidade, Robson Côgo, além das parcerias firmadas com a Pastoral da Saúde das comunidades de Cariacica e Ibes.
Hoje, a área é preservada com apoio de socioeducandos que cumprem internação provisória e é destinada ao plantio e cultivo de sementes, hortaliças e ervas medicinais que, ao serem colhidas, são convertidas em remédios pelas próprias Pastorais. Posteriormente, são encaminhados para a Unip I apenas o produto final, voltado ao tratamento inicial dos adolescentes.

Informações à Imprensa:

Assessoria de Comunicação do Iases
Max Torezani
Tel:(27)3636.5484/9932.7739

quinta-feira, 13 de fevereiro de 2014

Amescla Protium heptaphyllum (Aubl.) Marchand. ; Flora do RN.

 

     Planta conhecida popularmente no Brasil como: amescla,amescla-de-cheiro, mirra, incenso, breu-verdadeiro,breu, breu-branco, elmi-do-brasil, louro-pico, árvore-do-incenso, erva- feiticeira,guapohy,almecegueira, pau-de-mosquito,almécega, almécega-cheirosa, almecegueira-brava,almecegueira-vermelha,almíscar, breu-janaricica, ,cicantaa-ihua, elemí, erva-feiticeira, ibiracica, icaraiba,icicariba , incenso-de-cayenna, jauaricica, lemieira, pau-de-breu, tacaá-macá, ubiraciqua, pau-de-breu, resinaicica,tacaamaca,breu-almécega,entre tantos outros nomes vulgares encontrados em nosso país. Mas os cientistas a nomearam de Protium heptaphyllum que é seu nome científico, sendo este único em qualquer lugar do mundo, daí a grande importância da classificação científica. A Amescla( Protium heptaphyllum) pertence a família Burseraceae, da qual também faz parte também a Imburana.

 
     Árvore de porte médio, às vezes grande com até 20m de altura. Originária das Antilhas e de toda América do Sul (Ferrão, 2001). Ocorre em todo Brasil em floresta latifoliada semidecídua(Mata Atlântica e Amazônia),ou seja,florestas onde predominam árvores de folhas largas e onde árvores e ou arbustos perdem suas folhas em parte do ano, em floresta de terra firme,no cerrado (Maia et al., 2001) e no pantanal (Guarim Neto, 1987). Particularmente freqüente em áreas ciliares úmidas. Ocorre tanto em matas primárias como em formações secundárias (Lorenzi, 1992).

       De acordo com Lorenzi (1992) a floração ocorre durante os meses de agosto e setembro e a maturação dos frutos entre novembro a dezembro. A planta produz anualmente uma grande quantidade de sementes viáveis, amplamente disseminadas por aves de várias espécies, que aproveitam o arilo que envolve as sementes (Guarim Neto, 1991). Para se obter as sementes, os frutos devem ser colhidos diretamente da árvore quando iniciarem a abertura espontânea. Em seguida devem ser deixados ao sol para completar a abertura e liberação das sementes. As sementes devem ser colocadas para germinar logo que colhidas, em canteiros ou diretamente em recipientes individuais contendo substrato organo-arenoso, e coberto com uma camada do substrato peneirado, de 0,5 cm de espessura. Deve-se irrigar diariamente.